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sábado, 22 de janeiro de 2011

JOÃO E MARIA

João e Maria
Numa casa perto da floresta vivia um lenhador muito pobre. Ele tinha dois filhos: João e Maria.



A mãe das crianças havia morrido e o lenhador casara de novo com uma mulher malvada.



Uma noite a mulher queixou-se ao lenhador:



- A comida acabou e estamos sem dinheiro para comprar mais. Só há um pouco de pão para dar às crianças amanhã cedo.



Precisamos abandonar os dois na floresta, pois não temos com que sustentá-los.



- "Abandonar?", perguntou o lenhador, assustado. " Não pretendo fazer isto com meus filhos!"



Mas a mulher, que era feiticeira, ameaçou transformar as crianças em sapos se o lenhador não concordasse.



João e Maria ouviram a conversa. Maria começou a chorar, com medo de ficar perdida na floresta. João, que era muito esperto, teve uma idéia:



- Vou ao quintal apanhar umas pedrinhas para marcar o caminho. Assim saberemos voltar.



Ouvindo isso, Maria ficou tranqüila. João saiu quietinho e encheu os bolsos de pedrinhas brancas.



Na manhã do dia seguinte João e Maria fingiram que não sabiam de nada. Quando sentaram à mesa para tomar café, a madrasta lhes disse:



- Aqui está um pedaço de pão para cada um. Guardem para o almoço, pois seu pai vai cortar lenha muito longe e nos vamos com ele.



Puseram-se todos a caminho. 0 pai e a madrasta iam na frente. As duas crianças ficaram mais para trás, e João ia deixando cair as pedrinhas enquanto andava.



Quando chegaram ao meio da floresta, a madrasta ordenou às crianças:



- Sentem-se aqui e comam o pão, enquanto vou com seu pai cortar lenha. Não saiam daqui até voltarmos.



Assim, o lenhador e a mulher se afastaram, deixando João e Maria sozinhos no mato.



No dia seguinte as crianças foram levadas de novo para a floresta.



Desta vez João não pôde ir ao quintal juntar pedrinhas brancas: a porta estava fechada com ferrolho e ele não conseguiu sair de casa. Mas deixou cair pedacinhos de pão para marcar o caminho.



A madrasta abandonou as crianças num lugar ainda mais longe. João não se preocupava, porque tinha marcado o caminho para voltar.



Mas, quando ele e Maria procuraram os pedacinhos de pão, nada encontraram: os passarinhos da floresta tinham comido tudo!



- "Que vai ser de nós agora?", perguntou Maria, choramingando de medo.



- "Vamos tratar de dormir", disse João. "Amanhã daremos um jeito de voltar para casa."



Durante três dias e três noites as crianças vagaram pela floresta, sem achar o caminho de casa. Onde havia uma casinha.



A casinha era feita de pão-de-ló, com telhado de chocolate e janelas de pão-de-mel. João e Maria puseram-se a comer a casa, até que uma voz gritou lá de dentro:



- Quem rói minha casinha?



Mas, no dia seguinte, tudo mudou. A velha chamou os dois para irem ver o estábulo, e fechou João lá dentro!



- "Fique ai até virar um leitãozinho bem gordo para eu comer", disse a velha, que era uma feiticeira.



- "E você", continuou a velha, falando com Maria, "terá que cozinhar e fazer todo o serviço da casa!"



Maria ficou muito assustada e tratou de obedecer.



Todos os dias a velha obrigava Maria a levar comida para o irmãozinho.



Depois perguntava se João já tinha engordado. Como a velha não enxergava bem,



Maria dizia que ele ainda estava muito magrinho.



A velha cansou de esperar que João engordasse. Um dia resolveu esquentar bem o forno e disse para Maria:



- "Vou assar pão. Ponha sua cabeça lá dentro para ver se o forno já está bem quente."



- "Minha cabeça não cabe aí dentro!", respondeu Maria. "Ora, cabe até a minha que é maior!", disse a velha.



Maria fingiu que não acreditava. Quando a velha meteu a cabeça no forno para mostrar como cabia, a menina deu-lhe um empurrão e fechou a velha lá dentro!



Depois, mais que depressa, pegou a chave do estábulo e correu a soltar o irmãozinho.



Maria contou a João que a velha escondia um tesouro embaixo da cama.



Os dois puseram tudo num cofre e em seguida fugiram levando as riquezas da bruxa.



Depois de andar muito pela floresta, João e Maria chegaram em casa.



Encontraram o pai no quintal, chorando de saudade deles. Os três se abraçaram, contentes por estar juntos novamente.



João e Maria mostraram ao pai o tesouro que haviam trazido, com o qual não faltaria mais comida.



O pai contou então que a madrasta tinha caído no rio e morrera afogada. Assim os três nunca mais se separaram e viveram sempre felizes.

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